Violência nas ruas de Planaltina

Cidade já supera Taguatinga, Ceilândia eSamambaia em ocorrências policiais.O aumento da violência em Planaltina volta a assustar moradores, comerciantes e a própria polícia. E o ano começou com ares de que, se nada for feito logo, a tendência é piorar: dois homicídios em menos de 24 horas.Em dezembro de 2001 foi registrada uma média de 700 ocorrências contra 1.250 no mesmo mês do ano passado. Um aumento de mais de 78,5%. Segundo a polícia, os números são superiores aos de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, consideradas, até então, as mais problemáticas em ternos de segurança pública.A polícia está de mãos atadas pela falta de comunicação devido ao corte dos telefones da delegacia. Além disso, faltam viaturas e policiais para combater a criminalidade.Apenas cinco agentes, um delegado e um escrivão trabalham no plantão da 16ª DP com uma viatura para atender às 60 ocorrências.

Uma jovem de 18 anos foi encontrada morta na última quarta-feira (16) em Planaltina, cidade próxima a Brasília. Desde o fim de semana, esse foi o sexto assassinato de moradores da mesma faixa etária naquela região. O crime aconteceu em um matagal, a 250 metros da rua, e testemunhas afirmam que viram os suspeitos e a vítima no local por volta de 17h do mesmo dia.

No último fim de semana, cinco jovens foram mortos em Planaltina. Um morador que não quis se identificar afirma que brigas envolvendo jovens e tráfico de drogas são comuns na cidade. “É um problema de gangue. A maioria das mortes aqui na comunidade acontece por conta do envolvimento com drogas. Você vê que a maioria é jovem.”

A área do assassinato foi isolada para perícia. A jovem levou tiros no peito e no rosto. Parentes acompanharam o trabalho dos policiais, mas não quiseram dar entrevista. A polícia também não se pronunciou.

“Quem tem filho não pode viver na rua. É muito perigoso. A gente vive preso, preocupado com os filhos, com os netos da gente”, conta a dona de casa Isabel Barreto da Silva.

No ano passado, a polícia mapeou dez gangues em Planaltina e chegou a prender 70 pessoas numa operação. Mas, segundo policiais, a maioria ficou detida provisoriamente e já voltou às ruas. A Polícia Civil e a Polícia Militar evitaram falar sobre as causas dos assassinatos. Também não falaram sobre os suspeitos.


Fonte: Clipping Ministério do Planejamento